Quando a mãe grita ... o tom de voz que se usa com as crianças é muito importante.


Esta é uma questão que me têm assombrado nos últimos tempos, porque um dia o Martim virou-se para mim e disse "estás sempre a gritar, não ficas com dores de garganta?".
Eu que sou uma pessoa calma e bem disposta por natureza em todos os ambientes fora de casa, tive a primeira reacção de negação mas comecei a ficar atenta e percebi que ele têm razão...não sei como transformei-me na mãe que grita e eu detesto isso!
Estou agora a fazer todo um trabalho de auto controle para tentar não gritar, até porque está mais que provado que este método só resulta em rouquidão e não faz qualquer efeito positivo na criança.
O tom de voz faz toda a diferença, as crianças resistem muito mais quando gritamos ou usamos um tom agressivo. Elas simplesmente não nos escutam, e é compreensível que não o façam. Quando alguém grita connosco nos sentimos-nos mais motivados a fazer o que nos pedem ou a enfrentar e pagar na mesma moeda? Com as crianças acontece o mesmo e isto gera mais conflito.
Não meus amigos, não é nada fácil especialmente naqueles dias em que chegamos tarde a casa, cansadas, sem paciência e ainda temos banhos e jantares para preparar... parece que é mesmo nestes dias que os filhos se unem para não colaborar em nada do que lhes pedimos não é?
Mesmo assim, temos que tentar contar até 3 ou 1000 se necessário e falar com eles de uma forma gentil.
Comportamento gera comportamento e isto é 100% verdade.
Quando tiver que pedir algo ou chamar a atenção, ponha-se no lugar da criança, e pense como é que a mensagem que quer transmitir chegaria melhor até si. Evite o tom de ordem e ofereça alternativas. Demonstre pelo tom de voz que vocês são parceiros e aliados e não inimigos mortais.
E se perderes a cabeça, se o cansaço falar mais alto e te fizer ser agressivo com o teu filho, respira, pára e recupera a calma antes de seguir. Reconhece que essa não é a versão que queres adoptar como pai ou mãe e realinhe-te com a tua intenção.
Eu estou a aprender, nem sempre consigo e quando me comporto como não gostaria digo-o abertamente aos meus filhos e peço desculpa, a mãe também pode erra. E assumir os meus erros mostra-lhes que podem também assumir os seus, porque todos nós erramos.
Não nos podemos martirizar por isso, somos só humanos.

Este tema lembrou-me um livro infantil que eu adoro e aconselho a todos os pais, "Quando a mãe Grita" da Gatafunho que conta como se sente um pequeno pinguim quando a sua mãe grita com ele..."Hoje de manhã a minha mãe gritou comigo, eu fiquei desfeito".
Só esta frase é muito ilustrativa e conseguimos mesmo ver os nossos filhos a pensarem assim.
Vale muito a pena conhecer e fica já prometido que brevemente irei contá-la nas "Histórias do Kamishibai"






Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares