Também quero uma vida slow



Cada dia que passa o meu sonho de mudar de vida, deixar tudo e ir viver para trás do sol posto ganha mais e mais força.
Dou por mim a pensar que deveríamos poder acordar naturalmente com os raios de sol a entrar na janela e não com o som estridente do despertador.
Que os miúdos deveriam ter o direito de acordar, vestir-se com calma e apreciar um bom pequeno almoço em família enquanto partilhavam os sonhos que a noite lhes oferecera.
Em vez disso, vejo os meus filhos a fazer números de malabarismo logo pela manhã. Agarrar a tigela dos cereais com uma mão enquanto vestem as calças com a outra, pentearem-se ao mesmo tempo que vestem o casaco e meterem a mochila nas costas em andamento enquanto lançam beijos e palavras queridas num até logo que dá imediatamente lugar à saudade.
Não sei como são as manhãs aí por casa, mas aqui são quase sempre o contrário daquilo que eu gostava, e então os meus dias começam assim com o coração ligeiramente apertado e a desejar que o fim do dia chegue logo.
Vivemos a correr, passamos mais tempo no trabalho do que em casa e dou por mim muitas vezes a pensar se valerá a pena...
Gostava mesmo que a vida fosse mais slow, como os movimentos que agora estão na moda, mas já diz o Lenine numa canção que eu adoro "A vida não pára". Pois não e passa numa correria desenfreada.
Sin


Comentários

  1. Há pouco tempo escrevi sobre isto. Concordo, a vida hoje em dia corre e nós corremos para a apanhar.
    As manhãs aqui são menos caóticas agora, acordamos muito cedo por causa do nosso mini despertador humano, que acorda antes do sol, a mais velha é resistente mas ainda assim conseguimos sentar à mesa todos para o pequeno-almoço todos os dias.
    Parece-me que dantes, há mais de 20 anos, a vida era mais lenta.
    E apesar de viver fora do rebuliço da cidade, em Mafra, onde o verde impera, os jardins e espaços públicos estão ao alcance de 10 minutos de caminhada, a verdade é que até aqui a vida corre depressa demais.

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  2. Sem dúvida... Também penso tanto nisso... Já estivemos quase a fazer as malas mas agora com um filho com autismo não convém afastar da metrópole onde temos as terapias que tanta falta lhe fazem, mas também essa correria...

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  3. Sem dúvida . Penso muitas vezes que toda essa correria nos adoece. Não vivemos...sobrevivemos😥

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  4. Oa miúdos são naturalmente assim. A noção e gestão de tempo nao existe para eles. Vivem a vida plenamente e sem pressas . Gostei muito do artigo ;)

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  5. Nunca vivi em grandes cidades, até agora só em vila e cidade pequena, o sonho de velhice é viver no campo.
    Stress infelizmente tenho algum devido aos clientes do meu trabalho mas felizmente em termos familiares posso dizer que conseguimos levar o dia a dia de uma forma diferente da maioria.

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  6. também penso e sinto o mesmo...
    valerá a pena? o que posso fazer para mudar/ melhorar? queria aproveitar mais os filhos e a vida...
    bjs doces

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  7. Um dia destes escrevi uma das minhas manhãs (aqui)... São tudo aquilo que não quero! Não quero andar sempre a correr... Não quero fazê-los correr só porque tenho que correr... Espero um dia conseguir alterar este ritmo... Espero que esse dia não seja tarde demais...
    Beijinhos

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