Sensível ou sensitivo? Terei um filho com super poderes?!
A minha querida avó Julieta, Ju como todos a chamavam com carinho, desencarnou muito antes do Martim nascer.
Na minha casa nunca houve fotografias dela e o Martim não tinha como a reconhecer.
Quando era pequenino, cerca dos dois anos, sempre disse que via uma senhora andar lá por casa , especialmente quando todos estávamos a dormir.
Eu sempre achei que era imaginação e principalmente ele a sonhar.
Um dia na casa dos meus pais, ele pega num álbum antigo e começa a folhear. De repente começa aos gritos "mãe, mãe é ela!" e eu corri para ver o que se passava.
Quando chego ao pé dele ele diz-me com a cara mais feliz do mundo "Mãe é ela! é a senhora que eu vi na nossa casa!". Apontava alegremente para a imagem da minha avó Ju e dizia-lhe adeus e mandava beijinhos.
Eu fiquei congelada sem reacção, enquanto ele perguntava o nome dela e onde é que ela estava.
O meu marido desvalorizou o acontecido, e sempre que ele falava que tinha visto a avó tentávamos agir com naturalidade.
A verdade é que passado algum tempo ele nunca mais falou no assunto, e agora já crescido continua a dizer que se lembra de a ver mas que nunca mais aconteceu.
Houve outro episódio, também com o Martim e igualmente de deixar os pelinhos dos braços em pé.
A nossa cadela Madalena, ficou doente e como tanto eu como o meu marido estávamos a trabalhar achámos por bem levá-la para a quinta dos meus sogros para estar mais acompanhada e ter uma vida mais livre e animada. Nós íamos lá todos os fins de semana.
Passado algum tempo, sem estarmos minimamente à espera recebemos um dia uma chamada dos meus sogros a informar que a nossa querida bulldog tinha morrido.
Como qualquer dono que adora os seus animais ficámos muito tristes, mas em casa optámos por não transparecer nem dizer nada.
Há noite, quando já estava deitado, começamos a ouvir o Martim a soluçar baixinho.
Fomos até ao seu quarto para perceber o que se passava, e perguntámos o que é que ele tinha.
Ele responde que está a chorar porque têm muitas saudades da Madalena.
Eu e o pai ficámos com um nó na garganta.
Ele nunca tinha tido este tipo de conversa sequer e logo naquele dia estava a chorar com saudades dela.
Pode ter sido coincidência, é claro, mas eu não posso deixar de achar que há qualquer coisa de muito especial no meu menino que me topa a léguas e sabe sempre quando eu preciso de um abraço.
Que é um menino sensível eu não nenhuma dúvida, resta descobrir se também não terá um lado sensitivo que no meio de uma família tão normal e desligada dessas coisas não estará a passar ao lado.
Já tinha lido antes... estava a digerir. Como estou sensível, caiu a lagrimita... mas se não estivesse, acho que caía na mesma . Adorei
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