Cianotipia...uma técnica fotográfica para se fazer em casa!



Rinne Allen by Jennifer Causey

À uns tempos fiz um workshop na casa do Nick e da Inês de cyanotipia e fiquei completamente apaixonada pela técnica que é simples e maravilhosa.
É uma das primeiras técnicas fotográficas, já bem velhinha. 
O astrónomo inglês, Sir John Herschel, criou um primeiro processo para a obtenção de cópias baseado em sais de ferro e não nos sais de prata – a cianotipia em 1842! 


Um processo muito simples e fácil de fazer, quase sempre tratado como mera curiosidade e que tem na escala de azul a sua principal característica. Para aplicá-lo são somente necessárias duas soluções, luz do sol e água.

A Química.
Primeira solução: diluir 25g de citrato férrico amoniacal (verde) em 60 ml de água, depois completar o volume, com água, até 100 ml.
Segunda solução: diluir 10g de ferricianeto de potássio em 60 ml de água, depois completar o volume, com água, até 100 ml.
Atenção: O citrato férrico amoniacal tem duas formas, a verde e a castanha. A verde apresenta melhores resultados.

O Suporte.
Deve se utilizada um papel que possa suportar uma lavagem prolongada. Os melhores são os papéis usados para técnicas molhadas como guache e aguarela com uma gramagem superior a 200gr.

Sensibilização do Papel.
Misturar volumes iguais das duas soluções e, com uma trincha, aplicar directamente sobre o papel. 
A sensibilização do papel não precisa ser feita no escuro. Uma lâmpada de 40w a uns três metros de distância não causará nenhum dano. Por outro lado nunca use lâmpadas fluorescentes ou tente sensibilizar o papel durante o dia sem estar com as cortinas fechadas (bem fechadas). A mistura das duas soluções é sensível a radiação UV.
Uma vez sensibilizado o papel, deixe-o em um local escuro para secar. Esse papel deve ser utilizado em, no máximo, 48 horas. Após esse tempo a oxidação natural da solução tornará o seu uso impraticável.

O negativo
Eu fiz o negativo em casa usando o photoshop.
O procedimento é simples e pode ser feito com qualquer bom editor de imagens com os seguintes passos:
foto original => escala de cinza => inverter => ajustes de brilho e contraste=> imprimir (somente tinta preta)
A impressão pode ser feita com uma boa impressora de jacto de tinta usando um acetato.

Fica giro se colocar-mos também algum elementos como folhas, rendas, flores secas etc..

Exposição.
Como em todos os processos para cópia usados ao longo do Século XIX, a obtenção da imagem era feita por contato direto do negativo com o papel. Para isso eram usados chassis próprios no entanto, para facilitar nossa vida, podemos fazer a mesma coisa com um sanduiche feito com duas placas de vidro e entre elas, o papel sensibilizado posto sob o negativo que se deseja copiar.
Esse conjunto é exposto ao sol ou outra fonte qualquer de UV o tempo necessário para a formação de imagem.
Aí é que entram a prática e o bom senso. A intensidade de UV varia em função da estação do ano, do local, da hora do dia e das condições meteorológicas, ou seja. Você só vai conseguir “acertar a exposição” depois de algumas sessões de ensaio e erro.

A Revelação”.
A parte mais simples de todo o processo! Basta colocar o papel numa bandeja de plástico com água corrente até que todo o excesso da solução sensibilizante seja lavado, depois é só deixar secar na sombra e pronto vai conseguir ver logo a sua imagem no papal. Nos três seguintes a imagem continuará a adquirir o seu tom azul definitivo.

O resultado é muito, muito giro, uma verdadeira obra de arte!
Podemos emoldurar e colocar num lugar da casa onde não apanhe sol directamente (porque se não corre o risco de desaparecer com o tempo) e para guardar o resultado para "sempre" antes de emoldurar digitalize..assim se desaparecer é só imprimir.

ideias giras para aplicar esta técnica:

Clever use of sunprint paper and treasuring baby clothes without having to keep them.

deirdre hawthorne’s sunprints  Deirdre Hawthorne creates exquisite cyanotypes on paper as well as ceramics. Sir John Herschel discovered this photographic printing process in 1842 as a means to reproduce notes and diagrams, as in a blueprint. I have never seen the technique used on ceramics. The surface has to be porous to absorb the chemicals, so Deirdre uses her delicately thin bisque-ware. The results are ethereal, a landscape captured on a three dimensional form

Cyanotype Printing on fabric Sun Prints with Plants ....lots of great crafts on this site

Lynnette Miller. Cyanotypes on gift tags with indigo dyed thread.



Comentários

  1. Oi, me chamo jane e esta técnica me encanta. Seu trabalho ficou lindo e muito bem feito. Mas tenho uma dúvida. Qual o processo para que a impressão em tecido fique boa e não desapareça com o tempo? Existe algum processo especial? Ouvi falar em água oxigenada, mas fiz um teste e não ficou tão boa quanto no papel. Agradeço muito se puder me ajudar. Que você siga com este ótimo trabalho. Parabéns.

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  2. Também gostava de saber a resposta à questão levantada pelo Anónimo do dia 15 de novembro de 2015...
    Obrigada.

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  3. Olá, onde se arranja essas soluções químicas?

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